quinta-feira, dezembro 20, 2007

Sobre o Natal:

"Simplifique sua comemoração.
O maior nem sempre é o melhor.
O caro nem sempre é valioso.
O que leva tempo nem sempre dura".

(Karen Katafiasz)
"Ninguém pode compreender ou imaginar todas as maravilhas do mundo que são invisíveis e que nunca poderão ser admiradas".
(redator-chefe do jornal nova-iorquino “The Sun”, numa manhã de setembro de 1897).

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Uma vontade de escrever e um vazio na mente...
Cansaço. Puro cansaço. Um cansaço que me remete a um caráter atávico. Não. Não é atávico. É enraízado.
Raíz. Asas da imobilidade.
Liberdade.
Mas isso é um embuste. Continuo sem nada na minha mente.
A não ser o cansaço.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Vida Simples

É o título de uma revista mensal que sempre leio.

Voluntariado, ecologia, arte, literatura, filosofia, poesia, dicas, perguntas curiosas, pensamentos, imagens...
Visitem o site e vejam como é bom: http://vidasimples.abril.com.br/

Falando nisso, por ela soube que o Dia Internacional do Voluntariado foi ontem!!!!!!

terça-feira, dezembro 04, 2007

O primeiro olhar

Um dos filhotes da minha Lola abriu os dois olhos pela primeira vez ontem.
Fiz ele me olhar bem de perto...
Mas depois pensei:
como será olhar o mundo pela primeira vez?


E então lembro de Alberto Caeiro quando diz: "não é bastante
não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma".

sexta-feira, novembro 30, 2007

será que o mundo da arte vai libertá-la?

quinta-feira, novembro 29, 2007

(...) Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar (...) leia +
http://www.releituras.com/jsaramago_conto.asp

José Saramago

sexta-feira, novembro 23, 2007

Desejo para mim!

Amor Pra Recomeçar

Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Eu te desejo, muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar

Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez,
Quem é mesmo dono de quem

Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Eu desejo que você tenha quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
(Frejat)

quinta-feira, novembro 22, 2007

Convite

Vejam que lindo que eu recebi!

Quando me ligaram do Colégio dos meus filhos convidando-me a participar do projeto “Os pais contam o conto” - um projeto de um cunho social, cujos valores arrecadados serão integralmente doados às instituições de caridade - para fazer o papel do Pinóquio na peça intitulada “As aventuras de Pinóquio na Amazônia”, confesso que fiquei meio inseguro acerca do “mico que poderia pagar”. Ademais, como iria arranjar “tempo” para os ensaios, fantasias, textos, etc...?
Contudo, refletindo mais um pouco observei que durante o processo educacional de nossas crianças, acabamos por cobrar-lhes muitos valores que, na maioria das vezes, por um motivo ou por outro, nós mesmos, enquanto pais e orientadores principais, não lhes repassamos.
Educação é exemplo!!! Isto é dito de forma retumbante por 10 entre 10 educadores e me parece não ser novidade para nós classe média, uma vez que nossos avós, isso já o repetiam. Chega a ser até mesmo um conhecimento...digamos, intrínseco.
O que corre é que, freqüentemente, estamos diante do óbvio e não o vemos. Repetir, falar, não é a mesma coisa que fazer, evidentemente.
Então, como cobrar de nossos filhos de que eles sejam dinâmicos, eficientes, corteses, ecologicamente e socialmente conscientes, se nós mesmos não o somos? Como cobrar de que eles tenham desenvoltura para falar em público, se nós mesmos não a temos e - se temos - não a demonstramos a eles? Como cobrar adultos seguros e equilibrados socialmente se nós mesmos não impomos os limites? Como cobrar responsabilidade social se nós mesmos não temos “tempo” para desenvolver nossos projetos imaginários e que nunca se concretizam? Como cobrar de que eles sejam os nossos “atores sociais” do 3º milênio, se não subimos no palco da vida e os ensinamos de verdade?
Gerar é fácil, e é bom...criar...bem, criar não é tão difícil...alimente-os bem, compre roupa da zoomp, sapato da nike, pague a escola, inglês, kumon, balet, natação, clube e você cria seus filhos com tranqüilidade... Mas, educar...ai são outros 500...Educar depende quase que exclusivamente de nós, do nosso esforço pessoal, da sensibilidade, do carinho, do amor incondicional que temos pelos pequenos, inclusive do amor que recebemos dos nossos pais, enfim, do nosso exemplo...e isso, meus queridos, não – é – fácil.
Então, resolvi ir e conferir a “estória” de Pinóquio e observei que a inspiração do criador do conto, Carlo Collodi, 1881, foi ainda mais maravilhosa do que se imagina.
Quantos Gepetos há no mundo? Quantos pais são capazes de vender seu próprio casaco em benefício do futuro do seu filho (na atualidade a maioria vende o seu precioso tempo)? Quantos ainda fazem isso, mas sem esquecer da importância dos limites, da educação e da cultura na vida dos deles? E quantos de nós não fomos, somos ou estamos um pouco Pinóquio?
O prólogo da “estória” é mais ou menos assim (Segundo Sandra Britto – Roteirista e diretora da Peça):
Pinóquio um boneco de madeira, que a princípio nem humano é, mas que aos poucos vai se transformando em um menino de verdade – é a tão almejada maturidade, despertada pelo amor incondicional do seu pai Gepeto – um marceneiro, capaz de vender seu próprio casaco e passar frio, só para dar a oportunidade para o menino de madeira estudar. E, lá se vai Pinóquio com o prazer demasiado de querer ser feliz sem pensar nas conseqüências dos seus atos, sem saber ao certo o que é o Bem ou o Mal, apenas seguindo, caminhando e caindo nas tentações provocadas pela astúcia da Raposa e do Gato. Como proteção, a Fada-Azul, deu-lhe de presente algo precioso, o Grilo-Falante, que não lhe impõe absolutamente nada, apenas lhe aconselha, numa sabedoria aliada a uma afetividade, que conduz, mas o deixa livre para decidi o que fazer. Pinóquio descobre que nem tudo pode ser como queremos, que podemos ser contrariados, que nem sempre a nossa vontade impera, que somos falíveis, possíveis de erros e acertos, somos duais, mas o que importa é a lição que tiramos de cada erro, o que fazemos depois. Pinóquio, o boneco de madeira que não sabia ao certo o que era o amor e sai do egoísmo, do egocentrismo para o altruísmo, sente medo, percebe o quanto errou, descobre o choro, a saudade... descobre, o valor do trabalho e o quanto é amado pelo pai e valoriza o amor, e ao salvar a vida de Gepeto, acaba por salvar a si mesmo: torna-se um menino de verdade, com critério, uma criança cheia, reflexo do sentimento mais nobre do qual foi criado: O amor!
Assim meus queridos amigos é que convido vocês a participarem junto conosco, quer no palco ou fora dele, desta doce aventura. O melhor de tudo isto será, se por qualquer relance, independentemente de sermos atores ou platéia, pudermos presenciar nos olhos de qualquer criança ali presente, a percepção de que, lá no fundo, este pequenino ser está aprendendo ludicamente as lições da vida.
Que este espetáculo seja um abrir de um livro infantil, cheio de olhares brilhantes, repletos de expectativas, um momento de alegria, otimismo, intimidade com nossos filhos, autoconhecimento, sem rabugices e com muita afetividade.
Participe !!!
Um grande abraço.

Paulo Ivan Borges
(Pai do Lucas Gabriel e do Matheus Vinícius)


Dias 24 (17:30 e 19:00) e 25 (17:00) de novembro no Teatro Margarida Schivasappa – No Centur
Ingressos antecipados no Colégio ou no Teatro.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Passeando aqui e ali acho ditos preciosos como esses:

"Sigo entre o medo da rejeição e o hábito da dor".

"E que eu me repita em minhas reticências..."

Eu sei o que significou isso pra mim. Se vocês quiserem perguntar pra ele o que ele quis dizer, podem ir lá http://divadoboemio.blogspot.com/

terça-feira, novembro 13, 2007



E foi naquela epoca...

A poesia chegou me procurando.

Eu nao sei, nao sei de onde ela veio,

se de um inverno ou de um rio.

Eu nao sei como nem quando.

Nao, nao eram vozes,

nao eram palavras, nem silêncio;

mas de uma rua eu fui chamado abruptamente

dos ramos da noite, dos outros,

no meio de um tiroteio violento,

e num retorno solitario la estava eu

sem um rosto... e ela me tocou.


Pablo Neruda

O (doce) Carteiro e o Poeta

Às vezes escrever não dá a dimensão do que eu sinto. Este filme pode ser expressado mais perfeitamente por um movimento em minhas mãos, que intencionalmente, refletem a leveza e a beleza que experenciei.
Não sou nenhuma crítica, quando eu vejo um filme eu não analiso, eu experencio, eu vivo, eu entro no filme, faço parte. E, muitas vezes, me passam despercebidos os detalhes técnicos. Mas como, ao viver, se pode olhar a técnica?
Conhecia já a poesia de Pablo Neruda. Num contato fugaz. Pois ao ler Pablo, preferi Pessoa. Não como forma de comparação. Até porque são incomparáveis. E sim, pelo meu momento mesmo.
Então meu irmão, que começa a descobrir o doce lado da poesia, foi ao meu quarto e resgatou Pablo. E então foi atrás do filme e pediu que eu assistisse. Demorei 3 dias pensando se eu ia ver ou não. E resolvi ver no domingo. Belo dia para um filme como esse.
E então, surpreendentemente, me peguei com o desejo imenso de ler mais Neruda. De conhecer mais.
O filme é leve. Em um tempo inexistente em minha realidade. Parece-me que no filme o tempo tinha seu ritmo próprio que não é o tempo de agora. Os olhares, as palavras, a música, o mar, os conflitos, todos esmiuçados com calma, no tempo que lhes era necessário.
Agora, lindo foi o ator que fez o carteiro, Massimo. Ele era tão bom, tão bom, que de repente me peguei pensando se, na "vida real", ele tinha aquele jeito mesmo e o confundi com o seu personagem.
Senti junto com ele sua angústia por uma vida melhor, um lugar melhor, a busca pelas palavras, pelas metáforas, a vontade de ser poeta, o desejo de conquistar o amor, a febre de uma paixão, as desilusões pelas expectativas, a busca pela conquista de um mundo melhor. O carteiro (que acho que se chamava Mário no filme) que tinha somente um destinatário, conseguiu dar uma nova amplitude em sua vida ao se entregar para o que a vida lhe acenava.
Duas cenas me foram tocantes: uma quando Pablo diz à ele que ele tinha "roubado" uma poesia dele e ele diz que a poesia não é de quem a escreve e sim, de quem necessita dela. P E R F E I T O. Isto é falado com tanta simplicidade e sabedoria que Pablo se cala diante de sua sinceridade e angústia. A poesia não é de quem a escreve e sim de quem necessita dela. O que mais na vida é assim?
Uma outra cena quando Pablo diz que está com problemas com a água e Mário responde: vc tem água? Ele diz: não. Então Mário diz: ah então não é problema!
A realidade do vilarejo é a falta d´água, se Pablo tivesse água isso seria problema. Perfeito. A realidade de cada um é o seu retrato da perfeição (mesmo que seja imperfeito para outros).
Bem, chorei que me acabei no final, quando infelizmente Pablo não manteve o contato que Mário ansiava, e, depois de muitos anos resolve visitá-lo e a esposa diz que ele falecera. Chorei, chorei pela sua expectativa não realizada, chorei pelo seu amor que ficou não correspondido, chorei pela sua esperança (espera) que foi contemplada quando ele não mais estava lá para ver, chorei pela violência da forma como ele morreu e devo, em algum nível, ter chorado por mim também.
Então, não contente, fui ver os extras do filme e então, eis que vem a notícia de que o ator que fez o carteiro morreu ou durante o filme ou no final das filmagens. E aí eu chorei de novo, e experenciei um sentimento de pesar por ele que eu nem conhecia. Mas que, ao viver e morrer pela sua arte, me fez renascer de alguma forma.

segunda-feira, novembro 12, 2007

"Consentir com a própria morte e renascer, não é fácil!" (Perls)

Sem comentários...eles estão povoando e gritando na minha mente..então quando eu conseguir organizá-los, eu vou colocando aqui.

domingo, novembro 11, 2007

IRA

Ontem foi o dia dos consertos. 4 calças na costureira pra fazer a bainha... e sapatos no sapateiro. Um deles tive que mandar refazer a banda do sapato pois a Lola adorou comê-la. Quando estava andando na rua entre um sapateiro e outro, passo por um grupo de pessoas e um homem muito exaltado exclamava:
- Eu mato ele!!! Eu degolo ele aqui mesmo na rua e ainda bebo o sangue dele!!! Ele vai ver como eu sou homem!!!
Quase que eu paro e digo: homem não né? Mas aí a degolada seria eu...Gracinhas idiotas a parte.
Levei um choque. E as palavras dele ficaram ressoando na minha mente.
Me digam: o que está acontecendo? Ou melhor o que sempre aconteceu com o homem? Onde foi que se errou a receita?

sábado, novembro 10, 2007

Já mandei consertar meu relógio.....mesmo assim....

“Foge o irrecuperável tempo”,
dizia o poeta latino Virgílio (70-19 a.C.).
Uma amiga me enviou isso e eu gostei, coloco aqui:

Anjo louro, deixe o lado filosófico da psicologia e admita....
Fantasiamos e mergulhamos pra dentro, logo, o que fantasiamos não pode estar associado a responsabilidades, transferência de sentimentos ou até mesmo a "culpa".
É eu sei que a indecisão é uma sombra....eu sei...

E eu respondi:
ainda bem que o que fantasiamos n pode estar associado a responsabilidades...acho que só aí poderemos, se dermos conta, ser LIVRES!!!
A indecisão é uma sombra mas tb é apego...

quarta-feira, outubro 31, 2007

Vou colocar aqui algumas letras que me chamaram a atenção no livro O carrasco do amor e outras histórias sobre psicoterapia de Irvin D. Yalom.

"(..) da falta de sentido de o terapeuta se apressar com uma interpretação, ainda que seja boa como essa. Os pacientes, como todas as outras pessoas, se beneficiam principalmente de uma verdade que eles, eles próprios, descobrem." (p.121)

"(...) eu acreditava que o medo da morte era sempre maior naqueles que sentiam que não viveram plenamente suas vidas. Uma fórmula funcional muito boa seria: quanto mais a vida não é vivida, ou seu potencial não é realizado, maior a angústia da morte." (p.121)

"(...) (Nós todos conservamos certa angústia em relação à morte. É o preço do ingresso na auto-consciência.)" (p.122)

"(...) embora a realidade da morte nos destrua, a idéia da morte pode nos salvar. Em outras palavras, nossa consciência da morte pode lançar uma perspectiva diferente sobre a vida e nos incitar a reorganizar nossas prioridades. (...)" (p.122)

"(...) poderia aprender a partir da consciência da morte era a de que a vida precisa ser vivida agora; ela não pode ser adiada indefinidamente.(...) (p.122)

"(...)Um dos axiomas da psicoterapia é que os sentimentos importantes que um tem pelo outro sempre são comunicados por algum canal - se não verbalmente, então de forma não verbal. (...)"(p.125)

"(...) as questões jamais são resolvidas completamente na terapia. (...)" (p.125)

Bem, está aí...aproveitem!





Ontem fui na Fox trocar um livro que minha mãe me deu e que eu já tinha e acabei comprando outros vários. Comprei: O carrasco do amor e outras histórias sobre psicoterapia de Irvin Yalom, O Evangelho segundo o Filho (não lembro quem é o autor), Terapia Gestáltica e a Inversão da Queda ( do maravilhoso Alejandro) e o quarto livro da série Filhos da Terra que já falei sobre ele aqui.
Falando nisso vou falar de outra coisa que nem é o motivo desse post. Meu dia ontem foi muito diferente. Saí mais cedo do trabalho para fazer algo que eu amo mas que não vou revelar agora, e me fez sentir muito bem. Depois que voltei pra casa, peguei a Lola e fomos (eu, a Laura e a Fernanda - sogras da Lola) levar a minha filhota pra fazer uma ultrassom...pq...pasmem!!! Ela está grávida!!!!!
Fiquei simplesmente maravilhada com o milagre da vida (e interessante que este post originalmente era pra falar tb sobre a morte, coisas que eu pinçei de um dos livros novos)... Ver aqueles serezinhos se mexendo. Juro que vi um abrindo a boca, o médico que me mostrou, e mexendo as patinhas. Outro deu bem pra ver o focinho e até brincamos que esse parecia com o Toby (marido da Lola) que tem um focinho mais curto que o dela. E, para a minha pasma surpresa, o médico revela que, devem ser de 04 a 06 filhotes!!! Eu esperava no máximo 04!!!
Vcs imaginam o que vai ser de mim com 6 filhotes e mais a Lola em casa??? Aiiiii...queria tanto tirar 40 dias pra ficar só com eles!!! E daqui pro final do mês tenho certeza que a Lola não andará mais e sim vai rolar feito uma bola pois a barriga dela já está com essa forma. Tiramos mil fotos ontem e filmamos. Vou colocar todas aqui. Aguardem!
Me emocionei feito uma idiota na ultrassom e consegui disfarçar e engolir minha emoção pra não chorar na frente de todos ( o que eu ainda faço comigo não é?)...mas ver aqueles seres se mexendo, vivendo, se transformando e existindo na barriga da Lola foi muito especial pra mim. E fiquei numa atitude de reverência frente a formação da vida. Frente a Natureza que é a nossa verdadeira forma de Deus. Independente de tudo eles estão lá, se comunicando, se nutrindo e crescendo... e começando a existir. Já tem vida!!! E muita vitalidade!!! Simplesmente emocionante. Tenho certeza que este contato com a formação da vida ainda vai reverberar muito em mim e no meu processo de (re)significação de minha própria existência, de minha própria vida.
Deixei a Lolita em casa e fui correndo para o consultório. Como numa sincronia, meus clientes desmarcaram todos. Depois fiquei pensando se iria ter escuta com tantas vidas povoando o meu ser naquele momento. Estava com tanta energia que a minha vontade era de correr. E a Alcy foi encontrar comigo lá. Resolvemos questões de trabalho e fomos pra Fox trocar meu livro. Foi ótimo, foi leve, rimos mto lá e com o meu contato com os felinos de lá, começo a fazer as pazes com eles. A Luana (que não gosta de cães mas é apaixonada por gatos) tem contribuido muito para que eu goste dele (que sou apaixonada por cães e não gostava de gatos)... Temos um projeto juntas que nao vou ainda comentar aqui, mas que me causa uma expectativa maravilhosa!!!
Bem... estou agora pensando se começo o que vim fazer nesse post ou se deixo para outro.
Vou deixar para o daí de cima pq acho que tá ficando comprido demais esse.
Então esse é só vida...
A morte vem depois
(ou caminha junto?)

quarta-feira, outubro 24, 2007


Ganhei de presente da minha amiga Kiara!!!
Obrigada, fico muito feliz!!!!
E tenho que mandar pra cinco pessoas então lá vai:
Para o Léo (meu baiano): http://blog.xleox.org/
E depois vou vendo e colocando
Beijos

domingo, outubro 21, 2007

Eu por Mim

Sou uma mulher, uma garota, uma velha. Tenho, guardada em mim, todas as idades minhas e do mundo. E com isso, às vezes me comporto como se a idade fosse algo bem abstrato.
Tenho manias. Muitas. Acho que elas tb me constituem. Tenho um pente quebrado na bolsa que não desgrudo. Gosto dele. Ainda não achei outro igual. Ele ainda me serve. Minhas amigas brigam: como posso usar um pente quebrado? Mas eu não desgrudo dele. Acho que é uma forma de apego a imperfeição. Sou muito imperfeita e me pego gostando de ser assim.
Tenho horror a barata, algumas pessoas querem transformar isso em fraqueza, mas eu digo, é uma fobia. Fobia não é fraqueza. É humanidade, e sou, ainda, humana. Se uma barata aparece, fico desnorteada e achando que o mundo não é mais seguro.
Não suporto ver agressão física. Me choca esse tipo de utilização, poder, desmando e ofensa ao corpo do outro. Apesar de saber que todo agressor foi na maioria das vezes um agredido, penso nele como um covarde e me vem a louca vontade de agredi-lo, não com atos e sim, com palavras. Quando estou com raiva, uso-as como armas. E não me vanglorio disso. É um grande defeito pois acabo magoando indo na ferida. Sou astuta para isso. Deveria ser para ficar calada.
Sinto muita angústia. Um dia, um psicólogo e filósofo conhecido, conversando comigo, me disse que angústia é criação. Meu lado vaidoso agradece. Mas é terrível sentir. Fico angustiada com a violência caracterizada por todas as suas formas explícitas e veladas na sociedade (fome, desemprego, agressão física, carência, roubo....).
Vivo também a angústia por existir e muitas vezes questionar a dimensão da minha existência. Não é qualquer paixão que me diverte e me faz sentir viva. E, muitas vezes tenho entrado em contato com o lado volátil da vida, ou com uma espécie de não-vida. Isso me confunde e perco os motivos que me fazem acordar. Mas não pensem que posso ser uma suícida em potencial. Não o sou. Eu gosto dessa irrealidade que me toma de assalto. Me faz perder a dimensão de muitas coisas que podem ser muito pequenas e estarem no tamanho errado na minha mente.
Amo ter amigas. E amigos tb. Não os escolho pelo gênero. Eles simplesmente existem. Digo que só por ter amigos, estar viva já vale a pena. Tenho amigas que são verdadeiros esteios pra mim e que, só de imaginar a ausência delas meu mundo perde o sentido. E assim, desejo, já que a finitude, a cada ano que passa toma mais forma na morte de algumas pessoas, desejo que eu morra antes delas. Para o meu egoísmo não quero sentir suas faltas. Isso não é morbidez, apesar de parecer pesado, é puro egoísmo e alegria por tê-las.
Desde criança morro de paixão por cachorros. Sempre os quis ter e nunca pude. Acabei tendo alguns de forma indireta quando meu irmão caçula conseguiu colocar cachorro em casa. Mas nenhum deles eu me envolvi da forma como estou envolvida hoje com a minha Lola. Ela é minha grande paixão. É a filha substituta que a vida ainda não me deu. E parece que está grávida. Então, logo vou ser avó!
Sofia e Valentina. O nome das minhas duas futuras filhas. Sei que é irracional, posso ter meninos, posso nem ter filhos. Mas já coloquei os nomes pois dessa forma, ao nomeá-las, estou chamado-as para a vida. Espero que elas venham.
Sinto uma alegria imensa que às vezes invade meu coração. E se nesse momento estou no meu quarto começo a cantar e a dançar. Se eu estou com pessoas, geralmente dou beliscões, risos, gargalhadas e abraços, e falo da minha alegria e como não me contenho, digo, geralmente, que estou atentada.
Gosto de sair de casa e olhar as ruas. As casas das pessoas e fico querendo entrar em todas as casas. Como não posso, olho pelas suas janelas e fico imaginando como vivem, o que elas tem, o que fez elas escolherem os quadros que estão nas paredes. Se me fosse permitido cascavilhava tudo.
Tenho a veia da arte percorrendo meu corpo. E se tivesse que escolher por uma atividade somente na minha vida escolheria qualquer forma de arte. A arte é a expressão mais primária do sentimento do artista. É a alma desnudada para os olhos e o sentir do mundo. Sou apaixonada por todas as formas de arte. E como boa generalista, acho que tudo o que o ser humano produz é arte. Arte e criatividade. Ser humano é criação e arte. Das várias formas de arte, eu escrevo e pinto. Quero fotografar também. E amo mosaico, costura, dança. Quando pinto não escuto, não como, só sinto cheiro e a sensação tátil das texturas, das temperaturas das tintas nas minhas mãos e no meu corpo. Porque, ao ver como o meu corpo se pinta, chego a conclusão que eu pinto com o corpo. Me dá o maior trabalho no banho, e às vezes fico 3 dias pintada em alguma parte do corpo. Mas vale viver isso. Nas artes sou apaixonada por Frida K., Van Gogh, Almodovar (uma espécie de Frida do cinema), Clarice L., Fernando Pessoa. Mas admiro muitos mais. Sou capaz de ficar horas na postura contemplativa. E enquanto a ansiedade do mundo diz que perco tempo, eu vivo.
Adoro conhecer pessoas. E adoro olhar nos olhos. Sinto agonia quando alguém não me olha nos olhos. E acho isso um defeito meu. Quase um desrespeito. Mas olho nos olhos. E pelos olhos conheço. Conheço não o outro e sim, a mim mesma. Os olhos dos outros pra mim são meus espelhos. E desde bebê ele se constitue assim. Me assusto e me machuco quando me olham com raiva. Mas luto para aprender a me sustentar nisso.
Sou psicóloga de profissão e digo que de escolha de vida. Quando eu tinha 16 anos, cheia de sonhos e sem contato com eles, fiz arquitetura. E estava interessada mais em outras coisas. Sempre vivi apaixonada. E a cada encontro me apaixonava mais ainda. Não me vejo como volúvel, me vejo como voraz. Me apaixonei no convênio estudando com ele. Me apaixonei em arquitetura estudando e me tornando artista com outro que não era mais o do convênio. Um outro que deixou marcas na minha vida para sempre. Talvez até porque tenha morrido e a eternidade o idealizou na minha mente. Mas sinto amor por ele até hoje. Amor e saudade dele e do seu olhar. Ele me fotografou muito. Viveu sua arte me tendo como modelo. E são as fotos em que eu mais me gosto. E todas as vezes que as vejo, descubro algo sobre mim.
Às vezes me sinto frágil, pequena, insustentável e sozinha. E sinto que não dou conta nem de mim e das minhas dores. Às vezes dou conta de mim e do outro que se senta diante de mim e para meu espanto permite uma intimidade que é inenarrável e fascinante. São meus clientes. E o amor que desenvolvo é o amor de participar do processo deles de desvelamento. Às vezes tenho a sensação nítida de gratidão. E me dou conta que consigo também suportar as dores dos outros.
Aprendi com isso também a não tomar as dores do mundo para mim. Era um sofrimento adicional. Me alegro com as alegrias dos meus clientes, amigos, familiares, pessoas que convivo, assim como me entristeço com as dores deles também. Faz parte da minha humanidade.
Quero tanto ser humana que às vezes me critico por me achar fraca. Mas onde e como paira a humanidade?
Às vezes sou toda pergunta, às vezes sou a pretensa resposta.
Na realidade tem horas que me olho no espelho e me estranho. Quem é essa estranha diante de mim que toma meu corpo e sai para a vida? Às vezes me reconheço e não só me deslumbro como entro num espiral para dentro de mim. Às vezes isso é bom, às vezes muito ruim. E nesse espiral me perco.
Às vezes minha mente funciona como este espiral e às vezes como um labirinto que vou entrando e deixando miolos de pão para não me perder. Vem meus monstros e comem os miolos e inevitavelmente me perco e não sei mais o caminho de volta. E então vôo para sair do labirinto.
Minha memória me prega peças como se eu já tivesse vivido mais de 100 anos. Um inequívoco desgaste? Já esqueci meu carro no meu trabalho e voltei de táxi para casa. E ainda achei que tinham roubado o carro da garagem do prédio. Geralmente esqueço onde eu estaciono o carro e fico no meio da rua procurando. Mas o problema não é só com o carro. Tenho a péssima mania de marcar compromissos montados uns nos outros. Marco, esqueço e marco outro em cima, e me vejo a voltas em desmarcações, xingamentos, cobranças e fico realmente mal com isso. Mas não tenho jeito. Esqueço tanto que tenho amigas que me chamam de Dori, do Procurando Nemo. Apesar de achá-la muito engraçada e também de morrer de rir dos meus esquecimentos, quando eles se tornam “lembranças”, no momento pra mim é um transtorno. E interessante, memória tem a ver com atenção, e me considero muito atenta. Por outro lado, sou capaz de, depois de dois anos de terapia, lembrar o que um cliente me falou na primeira sessão ou na terceira. Vá explicar os melindres de minha memória que mais parece um ente vivo e cheio de vontades em mim.
E comecei a me descrever e isso se tornou tão gostoso, meu lado narcisista dando voltas feliz da vida que não tenho mais vontade de parar. E fico pensando, pensando em mim.
Tudo o que eu escrevi é a minha verdade hoje. Amanhã pode ser uma grande mentira. Fiquem com isso.

sexta-feira, outubro 19, 2007

DESCULPAR

Des-culpa

Tirar a culpa

Se eu desculpo eu tiro a culpa do outro?

Se o outro me desculpa ele tira a minha culpa?

Alguém tira a culpa de alguém?

quarta-feira, setembro 19, 2007

O caos é da cor dos teus olhos
(Em, 30/11/2004, em homenagem ao querido Walter Ribeiro)

a noite também traz consigo suas misérias

corpos estirados nas calçadas em busca
do chão que acalenta e faz dormir

chão pisado, cuspido, preto e muitas vezes
amaldiçoado e abençoado

crianças estendem a mão pedindo algo
que nem sabem o que é

que nem sabem para quem e para quê

repetem o gesto tão visto durante o dia

e quando estende o braçinho e olha
nos olhos de quem passa pedindo

os pais, ah...os pais, riem de não mais
se conter de tanto orgulho

"olha como ele já sabe pedir"...

(em, 27/05/2002)



Libertar das amarras da estética, da ordem, do julgamento, da aceitação!


Libertar da necessidade do reconhecimento, para expressar o real, o verdadeiro e o nutritivo!


Libertar da irrealidade e da fome do olhar dos outros, personalidade... preciso disso!


Subverter a razão - emoção!


(Em, 11/12/2001)





Estou resgatando alguns textos meus antigos pra publicar aqui. Lá vai:

É muito tênue a diferença entre se sentir livre e se sentir abandonada: uma educação sem limites gera na criança uma sensação de abandono provinda do descaso de permitir tudo, dar tudo e etc... muitas vezes, com a intenção de não negar para não ferir a criança, podemos passar uma mensagem de que realmente não nos importamos com quaisquer coisas que estejam fazendo ou querendo. Simplesmente provemos e as deixamos sós. O não limite não é só a falta de educação e não gera somente seres mal-educados, o não limite é o abandono e gera seres carente de tudo, de base, de nutrição que é o amor materno (amor da família), vínculo, não se estabelecem vínculos, então para quê se enquadrar, cumprir regras, normas, estabelecer outros vínculos. Muitas vezes o ser gerado através da educação sem limites só quer se sentir querido, amado, útil em seu lar, em seu papel e não um estorvo, onde qualquer um de seus desejos são supridos para que páre de incomodar, para que se cale e se contente, já não conseguiu tudo o que queria?!? Na cabeça dos pais sim! Mas o básico, companhia, a sensação de aconchego, de pertencência não! E a sensação de abandono é esmagadora.
Há aí uma falta de sensibilidade, de diálogo, de boa vontade..
Quando as pessoas pararem somente de olhar para os seus próprios umbigos e começarem a treinar a empatia como forma de se colocar no lugar do outro, o que não quer dizer viver a vida do outro, aí então será desenvolvida essa sensibilidade e quem sabe a educação será transformada e transformadora?!?
(em, 09/01/2001)
"(...) Agora considero a neurose não uma doença, mas um dos vários sintomas da estagnação do crescimento (desenvolvimento). Outros sintomas dessa estagnação são a necessidade de manipular o mundo e controlar a loucura, distorções de caráter, a redução do potencial humano, a perda da "habilidade de responder" e, o mais importante de tudo, a produção de buracos na personalidade.
Saturação é um processo contínuo de transcender o suporte ambiental e desenvolver o auto-suporte, o que significa uma redução crescente das dependências."
Frederick S. Perls
Agosto de 1969

terça-feira, setembro 18, 2007






"beba-me"



lewis carroll

(o verbo foi pescado do blog da Leandra Leal, http://www.alicemepersegue.blogger.com.br/ que eu gosto muito)
"Fantástico: o mundo por um instante é exatamente o que meu coração pede..."

Clarice!

sexta-feira, setembro 14, 2007

FRAGMENTOS DO LIVRO MULHERES CORREM COM OS LOBOS (PARTE I)

"Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixamos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da Mulher Selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas"
Clarissa Pinkola Estés

"(...) de viver uma vida natural, uma vida em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis. Essas palavras, mulher e selvagem, fazem com que as mulheres se lembrem de quem são e do que representam (..)"
Clarissa Pinkola Estés

"O arquétipo da Mulher Selvagem, bem como tudo o que está por trás dele, é o benfeitor de todas as PINTORAS, ESCRITORAS, ESCULTORAS, DANÇARINAS, PENSADORAS, REZADEIRAS, de todas as que procuram e as que encontram, pois elas todas se dedicam a inventar, e essa é a principal ocupação da Mulher Selvagem. COMO TODA ARTE, ELA É VISCERAL, NÃO CEREBRAL. Ela sabe rastrear e correr, convocar e repelir. Ela sabe sentir, disfarçar e AMAR PROFUNDAMENTE. Ela é INTUITIVA, TÍPICA E NORMATIVA. Ela é totalmente essencial à saúde mental e espiritual da mulher."
Clarissa Pinkola Estés
Acho interessante quem pega um mapa e se orienta.
Eu preciso de mais.
Preciso do mapa.
Preciso de olhos de ver.
De intuição.
De carne.
E.
Do desejo.

terça-feira, setembro 11, 2007

Estou apaixonada por latim...meu amante de hoje
Pinçei algumas expressões muito interessantes:

Alma mater - mãe criadora
Amor omnia vinciti - O amor vence tudo
Animus possidendi - Intenção de possuir
Cogito, ergo sun - Penso, logo existo
Consummatum est - Acabou-se, findou-se
Cuique suum - A cada um o que é seu
Domine, quo vadis? - Senhor, aonde ides?
Dixi - Tenho dito
Dum vita est, spes est - Enquanto há vida, há esperança
Erga omnes - Contra todos
Est modus in rebus - Há um limite entre todas as coisas
Ex corde - De coração, sinceramente
Exceptio veritatis - exceção da verdade
Fiat lux - Faça-se a luz
Hic et nunc - Aqui e agora: imediatamente
Homo hominis lupus - O homem é o lobo do homem
Ius abutendi - Direito de abusar
Ius possidendi - Direito de possuir
Longa manus - Mão longa
Natura non facit saltus - A natureza não dá saltos
Panem et circenses - Pão e palhaços (INACREDITÁVEL)
Sub voce - Sob a palavra
Taedium Vitae - O tédio da vida, o aborrecimento de viver
Timeo hominem unius libri (São Tomás de Aquino) - Receio homem de um livro só
Vade mecum - Vem comigo

segunda-feira, setembro 10, 2007



A necessidade é o elemento organizador do campo = necessidade organiza a percepção do campo e a ação no campo ( o campo é percebido)
- O que está acontecendo?
- Como você percebe?
- O que te faz ver dessa forma?
p a l a v r a s
sol tas

s
ã
o

palavras?

sintomas isolados não se constituem em um todo de uma patologia. Assim como as palavras soltas não constituem um texto. E a identidade?
Letras (símbolos) levam a identidade das palavras? Ou a compreensão inserida num texto e (con)texto?
Ela tem tanto a fazer...
Porque se deixa tão solta?

domingo, setembro 09, 2007

"Respeita teu erro como uma intenção oculta."
(aforismo do baralho I Ching)

Meu relógio quebrou e ainda não mandei consertar....

“Foge o irrecuperável tempo”,
dizia o poeta latino Virgílio (70-19 a.C.).

sábado, setembro 08, 2007

a vida e a morte são fragmentos da existência

quinta-feira, setembro 06, 2007

SÉRIE INSETOS

Dessa vez foi o ápice. Estava saindo do banho e então caiu da toalha um inseto que começou a caminhar no meu colo, tinha a cauda igual a de um escorpião..varri com a mão como um bichinho qualquer. e dei uma chinelada. Fiquei olhando pra ele...
huummmm...era só o que faltava..filhote de escorpião no meu quarto!!
Opa!!! Se tem um filhote é pq tem uma mãe por perto... Ai meu Deus: será que é uma família inteira de escorpião no meu quarto???
Olhava ao redor e tentava imaginar onde seria o lar deles, onde eles estariam se apossando de uma terra que era minha.
Me acuaram. Dormi (?) a noite toda com a luz acesa.
No dia seguinte fui trabalhar com o escorpião na cabeça... acabei com ele dentro de um guardanapo no Centro de Informação Toxicológica do Hospital Barros Barreto... quase pedindo desculpas pelo tamanho do bicho inversamente proporcional ao tamanho do meu medo e de minhas fantasias sobre o meu quarto ser tomado pela família dele.
E...adivinhem...escorpião??? Não!!!
alívio...
Mas, um bicho estranho com um nome bem peculiar: fogo-selvagem
Huummmm...fogo-selvagem no meu quarto??? Sugestivo isso não???
e pior, ela me disse que, se eu tivesse batido com a minha mão nele e ele tivesse morrido na minha pele, naquele momento eu estaria com a região toda queimada...
Tem horas que somos "iluminadas" não?
Não era o escorpião...não estava queimada...e esqueci da família do fogo-selvagem.
Acho que eu pensei que só o escorpião tinha direito a família.
Ele é perigoso.
Deixei lá, de lembrança, para estudos, um fogo que não era mais fogo e nem selvagem, amassado que estava pela minha chinela..santa chinela..
(ah!!! Uns dias depois encontrei um amigo engenheiro e ele me disse que não lavaram a areia do prédio antes de construírem, e que é bem provável, já que o prédio é novo, que apareçam outros insetos exóticos..ai..ai...haja estômago e saúde mental)

terça-feira, agosto 28, 2007

Sem saber muito bem quem eu sou...
Uma vontade perigosa de me olhar pelo olhar do outro...
apesar de ser por esse caminho que nós nos constituímos..
uma vontade de te perguntar: quem eu sou?
e aí que fica o perigo...
você fala de mim, de acordo com quem você é...e aí...já não sou mais eu...
ainda bem que não falas...
não entras na minha fantasia..e nem na minha realidade..

quinta-feira, agosto 02, 2007


Eu vou estar lá! E vc?
Eu tenho 35 anos.
Nasci numa sexta-feira.
Estou vivendo há 424 meses.
respirando há 1.844 semanas.
olhando há 12.914 dias.
sentindo há 309.936 horas.
e 18596193 minutos.

E ainda quero mais..
http://www.candombleketu.net/tempovida.htm
O que fazemos entre uma hora e outra de espera?
Estou só na minha sala, como sempre gostaria de estar.
Estou fazendo o que eu quero, como sempre quis fazer.
E porque isso só se dá no momento de espera entre um compromisso e outro?

quarta-feira, julho 25, 2007

"A desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta"
(Platão)

segunda-feira, julho 23, 2007

Presente de aniversário

http://www.jacksonpollock.org/

Clique e arraste o mouse. Clique de novo e muda a cor
Presente de aniversário pra quem me visitar
DIVIRTAM-SE!

Aniversário!!!!

Aiiiiiii
eu sou péssima mesmo com datas...
vi hj que o blog fez um ano de vida... no dia 03 de julho!!!!
fiquei feliz. não sei ainda pq...mas precisa justificar?
não. noiadona...rssss...

100 escovadas antes de dormir

Ontem fomos almoçar na casa da minha irmã, eu, um amigo, o namorado dela e minha mãe. Lá pelas tantas fui alugar uns dvd's. Escolhas comunitárias: deu a louca na chapeuzinho, o 100 escovadas, os infiltrados e babel.
Primeiro vimos o da chapeuzinho vermelho... de desconfiada eu até que gostei... dei boas risadas..
Depois pedi pra ver o 100 escovadas. Já tinha lido o livro que não sei porque cargas d'água trocaram o título do filme. O livro é 100 escovadas antes de ir para a cama e o filme 100 escovadas antes de dormir. Tem coisa no mundo que não tem explicação mas me intriga. Alguns amigos me dizem que de vez em quando eu solto uma pergunta absurda, que ninguém poderia responder. Já tive uma amiga que me disse isso com raiva: Pô Luciana, tu me fazes cada pergunta!!! Eu não sei responder!!! Como eu vou te responder isso?!? Fiquei chocada. Chocadíssima. Realmente, nem eu poderia responder, apesar de que eu faço a pergunta com tanta fé que vão me dar uma resposta. Bem...quando eu percebi o absurdo de minha pergunta eu disse pra ela: Let, realmente eu faço perguntas absurdas, sem pensar, mas sabe, não precisa ficar com raiva, basta me dizeres: não sei! Acho que ajustamos as coisas a partir daí... e virei motivo de gargalhada e gozação cada vez que sai uma pergunta dessas.
Esse meu novo amigo, o Alex, de vez em quando me olha assustado e diz: como eu vou saber disso? Como eu já tinha a consciência dou risada e já contei pra ele de minha mania. Ele também tem as suas...quem não tem mania? E que mania não é absurda?
Mas, voltando ao filme. Lógico, óbvio que o livro é melhor que o filme, isso não se compara. Não existem bolinhas de pensamentos dos personagens nos filmes. Ah!!! Importante dizer que a estória é real. Não sei se porque já tinha lido o livro eu já esperava o teor do filme, mas as pessoas se chocaram. Estranho.
O filme conta a estória de uma garota entre 14 e 16 anos (fiquei na dúvida por informações truncadas) que, ao se sentir só, uma solidão mais do que existencial, e ao descobrir o prazer que seu corpo poderia lhe proporcionar, ela então começa uma viagem ao mundo das sensações e do erotismo.
O filme não vulgariza o sexo e nem a garota. Isso eu gostei. Seria muito fácil resvalar para o vulgar. Acho que foi uma abordagem sutil, uma forma de expressão de sugestão de alguns fatos e o resto fica por conta da imaginação de quem está assistindo. Eu, por exemplo, viajei bastante.. Não sei os outros, ainda não temos intimidade suficiente para trocarmos idéias... Pior é manter a cara de paisagem nas cenas mais quentes e as palavras que vinham na garganta e voltavam para o estômago.
O que mais Melissa buscava? Será que ela buscava algo ou isso eu que quero? (Melissa é a personagem principal). Acho que a busca dela é atávica em todas as sociedades. Melissa buscava amor. E tudo mais decorrente do fato de ser amada.
Agora, linda é a simbologia das 100 escovadas no cabelo. Quando eu li o livro as 100 escovadas, para mim, era o retorno dela à sua inocência, a sua pureza, a sua integridade, ao encontro consigo mesma. E o filme me passou isso com mais uma característica, escovando o cabelo ela também escovava a sua alma e se refazia de suas experiências.
Interessante também o diário. E a falta de cuidado com a guarda do diário. Mas não estou com vontade de falar sobre isso agora.
Já vou agora. Não quero mais brincar disso. rss

quinta-feira, julho 19, 2007

ando com preguiça de pontuar minhas frases.
agora, pensando bem, se a pontuação é que dá o sentido para as frases.
o que isso quer dizer então?

quarta-feira, julho 18, 2007

não quero pensar nisso, pois um dos meus objetivos é viajar.
mas avião tá virando roleta-russa.
o que é isso? meudeusdocéu!!
não consigo dizer mais nada...

terça-feira, julho 17, 2007

eu tenho uma cadelinha chamada Lola...ela está aí na foto de entrada do blogger.
ela é linda.
preguiçosa.
manhosa.
carinhosa.
calma até que pisem no calo dela: aí rosna e morde feio.
tinhosa.
sabe bem o que quer e o que não quer.
curiosa.
farejadora.
fuçadora.
ela levanta a sobrancelha.
expressiva.
sou apaixonada por ela.

e ontem, conversando com uma amiga, ela me disse que o cachorro plasma o comportamento do dono. que muitas vezes ela pergunta como é o cachorro para saber um pouco do dono.
então...modesta eu não?
agora, tem duas características na Lola que são impublicáveis...
afinal que não vou me entregar assim.

Os erros são caracterológicos

uma vez escutei que os "erros [humanos] são caracterológicos".
então na verdade (?) não existem erros (?). se são das características das pessoas é o que elas podem e sabem fazer.
vem do ser, do estar.
vem da visão, da percepção.
vem da subjetividade.
é difícil.
mas pensando bem, erros? que erros? sob que prisma?
quem diz o que é certo ou errado?
os erros não são caracterológicos, o humano atua de acordo com as suas características.
se isso é errado (?) ou não, quem diz isso?
é simplesmente o que acontece.
antes de ir pro trabalho queria uvas..
passei na feira olhei de soslaio...
só vi bananas....cachos e cachos..
amarelas, verdes e surpreendentemente vermelhas (dessas, eu descobri a existência ontem).
fiquei impressionada: minha cor predileta..
Mas pensando bem: ô povo pra comer bananas!

quinta-feira, julho 12, 2007

vc me ama?
Pq isso já?
responde.
amo sim.
Pq?
Pq?
Pq vc me ama?
tem pq?
tem. responde.
não sei.
tá. O que tem em mim que vc ama?
Eu amo o seu cabelo.
seus olhos.
sua cor.
De que música vc tirou isso?

sexta-feira, junho 29, 2007




Luciana
Olha que amor,
LucianaÉ como a flor,
Luciana
Olhos que vivem sorrindo
Riso tão lindo
Canção de paz
Olha que o amor,
Luciana
É como a flor que não dura demais
Embriagador
Mas também traz muita dor,
Luciana


Composição: Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes
"...ceder a alma? afinal quem quer ceder a alma?.."
Clarice Lispector (Кларісе Ліспектор)




sou livre...

Assombro



Quanto mais eu me conheço, mais eu me desconheço....É um permanente assombro...
Dor
"Nada existe de mais difícil de que entregar-se ao Instante. Esta dificuldade é dor humana. É nossa." Clarice Lispector

quinta-feira, junho 28, 2007

Incômodo

Sério...isso me deixa p... da vida. "não quero te incomodar". como sabes se irás??? quando alguém diz não, pois não quero te incomodar, fica sempre a dúvida se isso é uma desculpa "inteligente" para o não querer da pessoa ou se é pelo incômodo mesmo. estou cansada. muito cansada. cansada de projeções. de introjetos. de deflexões. do não amor. ah!!!!! vá pastar!!! eu falo dos meus incômodos...eu coloco os meus limites. não é outra pessoa que vai colocar por mim.
dito e feito.

terça-feira, junho 26, 2007

agora foi uma aranha. tinha tomado um antialérgico as duas da matina que me faria dormir até o dia seguinte... pelo menos era o esperado...tomei as duas e as três e meia abri os olhos. foi quando a vi. marrom, pernas enormes...parada no teto em cima da minha cama... primeiro veio um tremor, depois o susto e saí correndo como se ela pudesse me agarrar pelas pernas. chamei a lola (minha cadelinha), tive que chamá-la 5 vezes, ela estava bodada...o antialérgico fez efeito nela.
matei-a. matamos-a. minha mãe jogava o baygon e eu esperava. não tive coragem nem de entrar no quarto novamente. invadido. me senti invadida. ela caiu da parede, tonta com o veneno, como se tivesse bebido a noite toda. acabei com a farra. dei umas 10 chineladas. não senti o poder. me senti mal. dormi mal o resto da noite. acordei cedo. muito cedo pro remédio.
culpa da aranha. intrusa. mal vinda. e todos os dias continuo pensando nela.
Vá entender...
Estava contando uma estória pra uma amiga e ela me perguntou:
como entender os homens???
Eu não sei....
cada vez que eu procuro entender mais eu me complico...

sexta-feira, junho 15, 2007


Luciana = Luz, nascida e renascida com a manhã
Se deixar fechar os olhos é confiar
Ver é procura

Estrela é brilho próprio
Solidão é luz difusa

Ilusão é óptica

Amor é universal

Água é tranqüilidade

Fogo é desejo

Sol é preservação

Palavras são gaiolas

Movimento é liberdade

quarta-feira, junho 13, 2007

uma está sem namorado há algum tempo. feliz, se reencontrando.
a outra se separou há um ano, depois de 15 anos de casamento. feliz, se reencontrando.
a outra, tinha terminado um (pseudo)namoro de 10 dias. nada feliz, perdida. será que fiz a coisa certa?
o outro não namora há algum tempo. mora só com a Rosa (uma "papagaia") e atualmente o tigrão (um gato malhado). a rosa fala. ele não está só.
ninguém está. será?
agora, na hora do arquivo, todos abrem os sorrisos.
alguém sabe de suas dores?

terça-feira, junho 05, 2007

em homenagem ao dia mundial do meio ambiente


Quer ajudar a impedir o aquecimento global?
Aqui estão 10 coisas simples que você pode fazer e o quanto de dióxido
de carbono vai evitar com cada uma delas.
troque uma lâmpada
Substituir uma lâmpada comun por outra fluorescente poupa até
68 kg de dióxido de carbono por ano.

dirija menos
Ande, use a bicicleta, faça carona compartilhada ou pegue o ônibus mais vezes.
Você vai poupar 0,8 kg de dióxido de carbono para cada quilômetro.
recicle mais
Você pode poupar até 1.088 kg de dióxido de carbono por ano apenas
reciclando metade do seu lixo doméstico.
revise seus pneus
Conservar os pneus calibrados corretamente pode melhorar o consumo de gasolina em mais de 3%. Cada 5 litros de gasolina economizado evita 15 kg de dióxido de carbono na atmósfera!
Na hora de abastecer dê preferência ao álcool.
use menos água quente
É necessária muita energia para aquecer a água. Use menos água quente instalando chuveiro um de baixo fluxo (158 kg de CO2 a menos por ano)

evite produtos com muita embalagem
Poupe 544 kg de dióxido de carbono reduzindo o seu lixo em 10%.
ajuste seu termostato
Utilize o seu ar0condicionado somente quando necessário.
plante uma árvore
Uma única árvore absorve uma tonelada de dióxido de carbono durante sua vida.
desligue os aparelhos eletrônicos
Desligando sua televisão, DVD, estéreo e computador quando não estiver usando,
você economiza milhares de metros cúbicos de dióxido de carbono por ano.
faça parte da solução
Descubra mais e participe da PV, acesse o site: http://www.pv.org.br/
Postado por José Carlos Lima às 18:18 no blogger dele.
Cópia autorizada por ele.

quinta-feira, maio 31, 2007

Ansiedade
Ânsia
Desejo
Ardor
Fogo
Vermelho
Mata
Revive
Energia
Ira
Olhar
Eletricidade
Gana

segunda-feira, maio 07, 2007

A Ciência contribuiu para a perda de duas atitudes sagradas e saudáveis do ser humano: a fé e a intuição. Somos seres desconfiados.

SÉRIE INSETOS

Hoje encontrei uma baratinha no meu quarto. Minúscula, acho que um décimo da unha do meu dedo mindinho... Matei como quem mata a um rinocerante... Como disse o transeunte outro dia ao ver uma amiga gritando com medo de um gatinho minúsculo tb: medo é medo, cada um tem o seu...
24.04.2007.

terça-feira, abril 17, 2007

CONVERSAR = FAZER VERSOS COM

Achei lindo isso...

SER TERAPEUTA...

"(...) E ser terapeuta é buscar em si o desprendimento necessário para se fazer testemunha solidária do que de mais íntimo as pessoas trazem consigo. (...)" Paulo Barros


"Ser psicoterapeuta é ser sigilo, inviolabilidade, senão de fatos ao menos de emoções. É conter muitos Outros em si e permanecer com tudo isso em solidão. Não há supervisão ou troca de idéias com colegas que resolva ou elimine a "marca" do paciente no terapeuta. (...)" Ieda Porchat.


"Eu acho que somos os descendentes modificados, ou melhor, adequados à nossa época, dos feiticeiros, bruxos, curandeiros e conselheiros. Perdemos uma porção das habilidades dos nossos antepassados e ganhamos outras, próprias para esse tempo tecnológico." Abel Guedes

segunda-feira, abril 16, 2007

Ai que inveja!!!!
Queria estar nesse abraço....
Duas pessoas maravilhosas!!!!

O IRREVERSÍVEL

Estou a uns 5 minutos olhando para o teclado do computador com a barrinha piscando na tela. Não sei o que escrevo dentro de uma mente que pensa em escrever sobre tudo. Sobre o nada também. Me lembrei que hoje pensei em escrever sobre O Irreversível, na realidade acho que pensei nesse filme ontem. Quando estava atendendo um cliente observando ele falar de seu passado. O passado é irreversível. O tempo é irreversível. É um filme denso, mostra uma violência extremada, uma cena de estupro que no meio, tal qual criança, tapei meus olhos com minha mão entreaberta, que não evitou minha mórbida curiosidade de ver a cena mas pelo menos me deu a sensação de proteção. Os gritos lacinantes no meu ouvido por três dias. Os gritos e os sons da mulher estuprada não saiam da minha cabeça. Não pretendo ver o filme de novo. Alguns filmes são demais para o meu estômago, tanto o gastro quanto o mental. Mas vale a pena ver. É um filme que é feito de cenas temporalmente de trás pra frente. O que me deu a sensação de muita leveza no final, como se nada daquilo que os personagens presenciaram tivesse acontecido. Terminaram todos felizes na ignorância do que os aguardava no futuro. Um futuro de muita violência e dor. Sempre que vejo um filme fico pensando no que o autor quis passar para o público, qual a sacada dele. Não lembro da primeira frase do filme e da última (se eu não me engano) em que um personagem fala sobre o valor implacável do tempo. Mas fiquei pensando no título e no filme. O Irreversível! E me dei conta de que, apesar de todo o conteúdo denso, o autor talvez estivesse querendo falar sobre o tempo e da sua maior característica, da irreversibilidade. Damos um salto no desenvolvimento de nossa inteligência ao conseguirmos a reversibilidade do pensamento. Quanto dualidade, poder reverter o pensamento e ter que lidar com a irreversibilidade do tempo. Não poder voltar atrás para refazer. A vida anda... Não. O tempo faz a vida andar, é a carroça que a vida se escora. Seria tão bom se fosse igual o filme, nascêssemos velhos, já com todas as nossas dores vividas e vivêssemos em ordem decrescente de idade. Passaríamos por tudo de dor, de alegria, de desilusões, de coisas ruins e boas que trazem a maturidade e o crescimento e iríamos vivendo mas sem a memória do que passou. E sim, como uma borracha apagando tudo o que passou iríamos alcançando a ingenuidade de uma criança, sua docilidade, seu sorriso, até enfim, entrarmos no útero novamente para (idealmente) nos sentirmos seguros e protegidos novamente. Sonho com um sonho impossível. E o tempo continua irreversível. Só me resta viver.
27/03/2007

segunda-feira, abril 09, 2007

Ayla, a Filha das Cavernas

Comecei o livro de soslaio. Imenso. Umas 300 páginas. Será que é chato? Será que valeu ter comprado?
Desconfiadíssima de como seria o meu tempo com o livro comecei. E me vi, envolvida com os sintomas do vício, quando eu não paro de ler para nada, quando adio o que tenho que fazer para ficar mais um pouquinho com o livro. Ele não é a primeira maravilha no mundo literário mas é envolvente. As descrições acerca da fauna e flora da época pré-histórica chega um momento que cansa, pois as relações dentro do clã se tornam muito mais atraentes. Clãs? Fauna, flora da pré-história? Isso mesmo. É um romance (uma saga) que se passa nos primórdios de nossos tempos. Na pré-história. Nunca pensei muito nesse conceito. Mas pré-história significa antes da história, acabo de não concordar com o termo, tem muita história que é história dessa época e de suma importância para a discussão de um conceito muito em voga nas ciências biológicas que se chama herança filogenética. É a herança que nos é passada pelos nossos ancestrais. A biologia diz que todos nós a carregamos, dentro da psicologia, isto está sendo coadunado através de estudos da ancestralidade e das constelações familiares. Pelo espiritismo mais do que comprovado já que fomos os autores muitas vezes encarnados e reencarnados nessas histórias. Natural que tenhamos uma memória implícita dessas épocas.
Em alguns momentos pensei, na minha ignorância, que tudo não passava da fantasia da autora, mas ela fez uma extensa pesquisa sobre os costumes da época, e como chegam a esses estudos? A essas conclusões? Mas isso não me compete, nem antropóloga sou. Sou metida. Metida e curiosa. Metida, curiosa e desconfiada.
Porém, se ela está certa quanta ao formato dos cerébros das pessoas dos clãs, que era desenvolvido a região occiptal e se guardava as memórias dos antepassados e que, ficavam preocupados pois não estavam mais com espaço na cabeça para guardar tanta memória, e talvez, precisassem diminuir o tamanho do cerébro para continuarem existindo, tem tudo a ver, eu suponho, com a questão do nosso cerébro hoje em dia. Dizem e provam que não utilizamos nem 10% de nosso cerébro, porém isso nos permite estar vivos. Pela lógica temporal...
Uma outra coisa é ver, experenciar as regras de convivência dos clãs, o papel das mulheres desde essa época, a sensação atávica do medo do homem pelo poder (?) da mulher por ela gerar vida. A questão de que, se sabia quem era a mãe do filho mas o pai não. Na minha ignorância eu achava que eles sabiam ao certo quem era a mãe pois elas poderiam traí-lo com outros. Mas na verdade, eles não tinham nem o conhecimento de que o sexo era o que faziam terem filhos. E muito menos tinham a noção de traição e sim, os homens aliviavam as necessidades deles nas mulheres que bem entendiam. Mesmo assim, buscavam não aliviar nas mulheres que era companheiras de outros homens. O filho do homem na realidade era filho da companheira do homem. Quanto poder feminino, já subjulgado pela violência dos homens. Bem atávica essa história que me lembra comportamentos bem atuais.
Não sei se evoluímos muito. Talvez corporalmente sim. Talvez nossa raça esteja se embelezando. Talvez tenhamos mais vozes e formas de comunicação. Mas muito daquela época, relatada no livro, me fez lembrar das relações de hoje em dia. Não sei se isso é bom ou ruim e sim, uma constatação.
O livro não acaba, é uma saga, faltam mais 4...Vou comentando por aqui.

segunda-feira, março 26, 2007


to com sono. com fome. com muito sono. o tempo não é normal. a utilização do tempo é antinatural. não é humana. uma sensação de urgência pairando no ar. significado de competência, de importância. não ter tempo é importante. ter tempo para fazer palavras cruzadas dá a sensação de que não se faz nada. temos que estar o tempo todo ocupados? De quê? Pra quê?


resolvi subverter a ordem. não colocarei mais letras maiúsculas. estou cansada de apertar o shift. estou cansada de ser certinha. de brigar por isso. quero ser errada. quero não ter pontos e nem vírgulas.

quarta-feira, março 21, 2007

AQUI JAZ...

De repente ela estava em um espiral, movimentando-se em ordem descendente, vendo o futuro ficar mais distante e intangível. O presente não existia, e o passado não era visitado ou revisitado nas fugas das horas. Ela inexistia. Estava em um espiral, entrando em círculos em um lugar obscuro. Um lugar-comum na vida-comum, mas que somente pra ela tinha significado: depressão.
Levantava-se todos os dias no mesmo horário para cumprir sua (in)existência. Como uma autômata ia ao banheiro e olhava-se no espelho se procurando. Não se encontrava. Sabia que não estava ali e sim no seu espiral, dentro e dando voltas no lugar.
O mundo passava por ela e ela não passava por ele. Estava ali, parada. Só tinha consciência de que algo não ia bem na altura do estômago e no meio dos seios. Uma força, uma opressão, uma agulhada, um sufocamento e então vinha o nada. Nada. Nada. Nada.
Não era ela, era outra. Uma outra que não era, que estava sendo. Morta em vida. Todos os dias se visitava no túmulo. Não conseguia ler sua lápide. Tentava, esfregava, soprava, mas não conseguia ler além do “Aqui jaz”...

terça-feira, março 13, 2007

O DIABO VESTE PRADA
Não sei quem está sendo mais ofendido, se o diabo ou a marca Prada ao serem comparados com Miranda Priestly, a suposta editora de uma suposta revista de moda, de uma não, da maior revista de moda do mundo. O livro é gracioso, dá pra se divertir com o humor sarcástico da personagem principal a coitada-louca-subserviente-aspirante-a-escritora Andréa Sachs. Miranda consegue ser muito pior do que a própria mitologia religiosa fala do Diabo e seu inferno, não sei se preferiria lidar com ela do que lidar com ele .

Em alguns momentos, mesmo tendo uma consciência de seus movimentos psíquicos e de sua pretensão para a carreira, cheguei a ficar com raiva de Andréa pela sua subserviência em troca de uma suposta promoção que, como a única alternativa de alcançá-la, era servir de babá de luxo de uma pessoa que não tinha competência para pegar um copo d´água para matar a sua sede.
Uma pessoa cega e deslumbrada com a vaidade e a ganância do mundo, cercada de pessoas subservientes que realmente acreditam que existem pessoas que são mais importantes que outras pessoas, pessoas que merecem reverência por onde passam e pasmem, não por serem sedutoras ou agradáveis e sim, por estabelecerem relações passivo-agressivas como qualquer agressor moral.

Miranda é um exemplo de uma pessoa que através de uma atitude passivo-agressiva minava a capacidade de existir de qualquer ser humano que convivesse com ela por onde ela passasse. E as pessoas não percebiam ou precisavam tanto do suposto glamour que envolvia, que se permitiam a isso ou se viam enredadas nesse sistema de relações.

O livro é um retrato da experiência que a autora teve em seu primeiro emprego para a editora da revista Vogue. Fiquei pasma, será que realmente ela passou por tudo isso? O que faz uma pessoa se submeter a tanta humilhação? O que a faz se tornar um ser que não existia mais diante de uma pessoa que não existia para ela também, mas que a sua mera existência era pautada em humilhação, dor (e dor física tb) e nulidade?

Assédio Moral, um conceito que está muito em voga nos dias de hoje, visto e revisto na psicologia, novo ainda em tribunais porém muito antigo na história da humanidade. Segundo Hirigoyen, 2000, “POR ASSÉDIO EM UM LOCAL DE TRABALHO TEMOS QUE entender toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou degradas o ambiente de trabalho". Quem nunca teve contato com uma pessoa que sorrindo e com o que parece as melhores das intenções consegue deixar a outra pensando que é o côco-da-pulga-do-cachorro-que-foi-esmagado-pelo-cavalo-do-bandido? E, apesar de atualmente está muito voltado para as relações de trabalho o assédio moral pode se dar em qualquer relação e não somente na profissional. Pode se dar entre pais e filhos, casais, amigos e qualquer tipo de relação. No assédio moral existem dois lados: o agressor e a vítima. Não pensemos que a vítima é uma pessoa fraca e influenciável. A vítima se torna vítima muitas vezes por seu perfeccionismo. Geralmente são pessoas comprometidas com suas vidas, com seus trabalhos e que perfeccionistas. É o traço mais marcante da vítima. Porém podemos pensar que, se alguém quer ser tão perfeito é porque em algum nível entrou em contato com a possibilidade de alguma imperfeição e precisa do simbolismo da perfeição, mesmo que seja em uma mera tarefa para aplacar a percepção do imperfeito, mas isso já é uma outra estória.

Já o agressor carece de auto-estima, são geralmente pessoas que precisam submeter outras pessoas ao seu poder e ao seu julgo para poderem se sentir poderosas. E esse alimento não pode parar, pois sem o outro subjugado ela não teria condições de se sentir superior e poderosa. Isto sem citar que essas pessoas não são dotadas da capacidade de empatia, que é o colocar-se no lugar do outro, são perversas, apresentam traços de sadismo, manipuladores, possuem uma fria racionalidade dentre outros traços de comportamento.
O Diabo veste Prada, certamente não ganhará nenhum prêmio de literatura, mas é um aprendizado. Um aprendizado de como um mundo que eu nem imaginava que existisse, existe. E o pior, é valorizado por muitas outras pessoas que não fazem parte dele, como a garota que escreveu a carta pedindo o vestido. Tudo está no imaginário das pessoas e imaginando, as pessoas constroem castelos na vida dos outros onde só existem cabanas de lixo e podridão escondido atrás de fachadas de glamour.

O livro ensina os toques sutis do comportamento atrás do assédio moral e como pessoas consideradas boas como Andréa se submetem à ele e em algum nível correm o risco de se tornarem num momento futuro também agressores em potencial.

Recomendo para todos que queiram refletir as quantas anda a sua maneira de exercer o poder e de se submeter ao poder, já que nossa sociedade ainda é constituída por esse modelo social: dominador/dominado. E recomendo principalmente como exemplo para psicólogos, advogados e outros profissionais que exercem algum tipo de função que lhes dão (um suposto) poder.
Vale a pena.
Luciana Castelo Branco
Em, 11.03.2007

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Estou inquieta como um ferro em brasa sem ter o que passar.

13.02.2007 - Lu
Odeio amarras
Seguram minha caneta, minha língua, meus desejos, meu bem querer e meu mal querer.
Amarram minha saliva, minha boca, meu corpo, minha obsessão.
Amarram o desejo de gritar ou de sussurrar no ouvido de quem tenho desejo.
Desejo sem voz, surdo, cego e irracional.
Sabe o pior?? O pior é ter consciência, é ter a total consciência de que é algo que não cabe
e mesmo assim, desejar.
Vulcão. Larvas. Queimaduras.
Assim que isso acaba.

LCB 13.02.2007

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

“...ao escolher palavras com que narrar minha angústia,
eu já respiro melhor,
a uns Deus quer doentes,
a outros quer escrevendo

Adélia Prado
Ao mesmo tempo em que existe em mim uma alma empreendedora, quase tecnológica, existe em mim uma alma mundana. Uma alma desgarrada do tempo e do espaço, anarquista.
Ao mesmo tempo em que me enquadro nas necessidades econômicas criadas pelos humanos e sofridas pelos mesmos, existe em mim uma alma que se rebela e questiona esse sistema.
Ao mesmo tempo em que existe em mim uma alma que adora a tecnologia, poder ver e falar instantaneamente por meio de uma tela, existe em mim uma alma que prefere o contato face a face.
Sou duas, sou milhares, sou ninguém.

Luciana 17.01.2007

sexta-feira, fevereiro 09, 2007


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."


Existe uma Vitalidade, uma Força Vital, uma Energia, uma Vivacidade que é Traduzida em Ação por Seu Intermédio, e como em Todos os Tempos só Existiu uma Pessoa como Você, Essa Expressão é Única, Se Você a Bloquear Ela Jamais Voltará a se Manifestar por Intermédio de Qualquer Outra Pessoa, e Se Perdera.
Martha Ghahan


Dançando no Fluir do Tempo

Trabalhar com a improvisação – no universo das artes – é estar no campo da entrega. Improvisar é aceitar a cada respiração, a transitoriedade e a eternidade. Podemos até programar o que vai acontecer no dia seguinte ou no momento seguinte, mas não sabemos se vai acontecer e como poderá acontecer. Na medida em que nos sentimos seguros do que vai acontecer trancamos as possibilidades futuras, nos isolamos e nos defendemos contra as surpresas essenciais, tão importantes para o processo de criação artística. Entregar-se significa cultivar uma atitude de não saber, nutrir-se do mistério continuo em cada momento, que é certamente surpreendente, e sempre novo. Quando nos livramos das idéias preconcebidas que nos cegam, somos vitalmente impulsionados por cada circunstância a viver o momento presente: o presente total, e nada mais do que o presente. Não apenas uma idéia, mas uma questão de vida ou morte, a partir do qual podemos aprender a confiar, acreditar que o mundo é uma perpetua surpresa em perpetuo movimento, um convite à criação.
Qualquer bom artista (ator – dançarino), possui inúmeros truques que pode servir quando se sente em situação de risco. Mas para improvisar você precisa abandonar esses truques, entrar no vazio e aceitar riscos, ate mesmo de dar com a cara no chão de vez em quando, só assim podemos levantar e seguir em frente. A vida criativa é uma vida de riscos. Nada voltará a correr da mesma maneira, tudo acontece apenas uma única vez na história do universo.

(a Querida Lika me enviou esse texto...achei magnífico).

Momento Carpi II

"Há pouco tempo, Vicente, de 4 anos, falava errado o nome de sua irmã, Mariana, 13 anos. Dizia "Maliana".
Uma manhã acordou ansioso:
- Preciso ligar para minha mana.
Perguntei o que tinha acontecido:
- Aprendi a falar Mariana, MA-RI-A-NA. Ela tem que saber. Eu chamava a pessoa errada, agora vou chamar a certa. "
Carpinejar

Momento Carpi

"...Antecipa o fim porque não está disposto a recomeçar..."
Carpinejar

"... o amor tem a mania da sincronia. Pune quem se antecipa ou chega atrasado."
Carpinejar

"...Dependência não se discute, arruma-se qualquer desculpa para mantê-la..."
Carpinejar

"...Esperar é também uma forma de caminhar..."
Carpinejar

"...Infelizmente os homens e as mulheres são predadores nos relacionamentos, mais preocupados em abater a ave do que voar com ela. Não se abrem para não se machucar. Vive-se uma sociedade com medo da dor, com casais encerrando histórias de modo prematuro para não sofrer. E não há como se comover sem a contrapartida da ferida. Magoar-se é decorrência da sinceridade, da vulnerabilidade, da entrega."
Carpinejar
"Um verso de Rimbaud sempre me ilumina quando estou indeciso entre falar a verdade ou me censurar para o melhor momento: "por polidez, perdi minha vida". "
Carpinejar

Estranhamento

O mundo me estranha. Eu estranho o mundo. Não somos feitos um para o outro.
Luciana