segunda-feira, abril 09, 2007

Ayla, a Filha das Cavernas

Comecei o livro de soslaio. Imenso. Umas 300 páginas. Será que é chato? Será que valeu ter comprado?
Desconfiadíssima de como seria o meu tempo com o livro comecei. E me vi, envolvida com os sintomas do vício, quando eu não paro de ler para nada, quando adio o que tenho que fazer para ficar mais um pouquinho com o livro. Ele não é a primeira maravilha no mundo literário mas é envolvente. As descrições acerca da fauna e flora da época pré-histórica chega um momento que cansa, pois as relações dentro do clã se tornam muito mais atraentes. Clãs? Fauna, flora da pré-história? Isso mesmo. É um romance (uma saga) que se passa nos primórdios de nossos tempos. Na pré-história. Nunca pensei muito nesse conceito. Mas pré-história significa antes da história, acabo de não concordar com o termo, tem muita história que é história dessa época e de suma importância para a discussão de um conceito muito em voga nas ciências biológicas que se chama herança filogenética. É a herança que nos é passada pelos nossos ancestrais. A biologia diz que todos nós a carregamos, dentro da psicologia, isto está sendo coadunado através de estudos da ancestralidade e das constelações familiares. Pelo espiritismo mais do que comprovado já que fomos os autores muitas vezes encarnados e reencarnados nessas histórias. Natural que tenhamos uma memória implícita dessas épocas.
Em alguns momentos pensei, na minha ignorância, que tudo não passava da fantasia da autora, mas ela fez uma extensa pesquisa sobre os costumes da época, e como chegam a esses estudos? A essas conclusões? Mas isso não me compete, nem antropóloga sou. Sou metida. Metida e curiosa. Metida, curiosa e desconfiada.
Porém, se ela está certa quanta ao formato dos cerébros das pessoas dos clãs, que era desenvolvido a região occiptal e se guardava as memórias dos antepassados e que, ficavam preocupados pois não estavam mais com espaço na cabeça para guardar tanta memória, e talvez, precisassem diminuir o tamanho do cerébro para continuarem existindo, tem tudo a ver, eu suponho, com a questão do nosso cerébro hoje em dia. Dizem e provam que não utilizamos nem 10% de nosso cerébro, porém isso nos permite estar vivos. Pela lógica temporal...
Uma outra coisa é ver, experenciar as regras de convivência dos clãs, o papel das mulheres desde essa época, a sensação atávica do medo do homem pelo poder (?) da mulher por ela gerar vida. A questão de que, se sabia quem era a mãe do filho mas o pai não. Na minha ignorância eu achava que eles sabiam ao certo quem era a mãe pois elas poderiam traí-lo com outros. Mas na verdade, eles não tinham nem o conhecimento de que o sexo era o que faziam terem filhos. E muito menos tinham a noção de traição e sim, os homens aliviavam as necessidades deles nas mulheres que bem entendiam. Mesmo assim, buscavam não aliviar nas mulheres que era companheiras de outros homens. O filho do homem na realidade era filho da companheira do homem. Quanto poder feminino, já subjulgado pela violência dos homens. Bem atávica essa história que me lembra comportamentos bem atuais.
Não sei se evoluímos muito. Talvez corporalmente sim. Talvez nossa raça esteja se embelezando. Talvez tenhamos mais vozes e formas de comunicação. Mas muito daquela época, relatada no livro, me fez lembrar das relações de hoje em dia. Não sei se isso é bom ou ruim e sim, uma constatação.
O livro não acaba, é uma saga, faltam mais 4...Vou comentando por aqui.

3 desavergonhados:

Luiza Vinhosa disse...

Eu li os cinco e estou à espera do sexto e último, que logo será lançado. Vale muito a pena, são maravilhosos. Eu sou muito fã!
Tem o filme do primeiro livro, se chama: The clan of the cave bear. É simples, feito nos anos 80, quando o primeiro livro foi lançado. Mas eu gostei muito também. Tem na internet pra baixar, vale a pena também.

Gostei do blog! To seguindo.

Beijão

ledufe disse...

olá eu li todos, completei a leitura da saga nesse ano, e adorei, recomendo para quem tem amor pela leitura, pq sao enormes volumes, e como a autora do blog comenta, tem horas que realmente da no saco tanta descriçao de fauna, flora, e ambientes, mas no geral a história é linda e vale super a pena...

Maria Eliza disse...

eu li e amei todos os livros